domingo, 31 de maio de 2009

"A maneira como amamos"

Como os últimos posts têm sido muito nostálgicos, aqui vai mais um; mas diferente de tudo até aqui apresentado. Assim sendo, exponho a letra duma canção que nunca teve música. Devo focar que não sou a autora da letra, mas sou provavelmente a única pessoa além do(a) autor(a) a ter o privilégio de a ler. Hoje decidi partilha-la com quem lê o blog, para assim deixar de ser eu a única! :P Uma canção muito única que certamente nunca saiu do papel de alguém que até percebe(ia), e bem, de música! Um bem haja para o(a) autor(a), onde quer que esteja, espero que esteja feliz!


A MANEIRA COMO AMAMOS

"não é fácil para mim deitar-me para dormir
e já não há segredos deixados para eu guardar
desejava que as estrelas não iluminassem o céu
e que as nuvens levassem a lua para outro lugar

e só tenho para dizer
a realidade como é

a maneira como amamos,
como se fosse para sempre,
a maneira como vivemos,
separados eternamente...

caminho toda a noite por estradas sem curvas
mas acabo por voltar sempre aquele lugar
Ao lugar onde me perdi de amor,
ao lugar onde a minha alma fui entregar

e só tenho para dizer
a dor como é

A maneira como amamos,
como se fosse para sempre,
a maneira como vivemos,
separados eternamente...

teria sido tudo tão fácil
se apenas me fizesses chorar
e me dissesses como me abandonavas
para com a tua vida poderes continuar

agora o céu tem um cor diferente
eu estes dias, apenas tento estranhar
mas durante as noites enlouqueço sem te ter
e é aquilo que eu sei que não vai mudar

e só tenho para dizer
uma última vez

a maneira como amamos,
como se fosse para sempre,
a maneira como vivemos,
separados eternamente..."


E aqui fica uma música, dedicada a esta letra... Não tem nada relacionado directamente. Apenas um dia ouvi esta música e lembrei-me que tinha uma letra guardada na algibeira... Quem tem o mesmo tipo de analogias a músicas a determinadas coisas como eu, entende-me um pouco... ;)


A razão de uma insónia!


Um dia sem querer…
Nem sei bem porquê,
Aceitei!
Um pacto que me custa
E que me engrandece!
Um sentido inesperado…
Uma aura convidativa…
Sensações estranhas,
Mas com uma grande razão!
O óbvio não faz sentido,
Modela e causa recusa!
Eis que surge um novo mundo!
Um olhar nunca visto,
Uma beleza encoberta,
Um compromisso não conhecido!
Mas, …
A existência da realidade,
Que coabita com cumplicidade…
A separação da vida com o sonho,
Torna um momento impossível em possível!
Pensar no que falta para ser feliz…
Bastar mudar um pouco?
À entre curva?
Se tiver que ser!… Preciso apenas é de me perceber!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sem Nome de Código


Na vida surge a incerteza de aceitar…
Uma incerteza que nos leva a novas perspectivas de vida,
A aceitar a dúvida que a rege…
Leva-nos querer conhecer o desconhecido de um modo estranho e obtuso!
Primeiro as palavras escritas,
Depois as palavras ditas!
Uma troca de experiências em tempo real…
Entretanto a incerteza esconde sentimentos,
Esconde o florir de uma paixão sumptuosa…
Uma paixão transformada numa loucura!
Uma loucura que move duas pessoas… ao mesmo tempo conhecidas e desconhecidas!
O assombro de uma viagem no escuro e o arrufe de uma machadada numa relação…
Retrata o fim de uma etapa e o inicio de outra…
Finaliza uma incerteza e inicia outra …
Viver uma nova incerteza é sempre uma nova experiência na vida…
Das oportunidades na vida que não devemos deixar fluir!
E há casos… que essa incerteza dá-nos um alento de vida totalmente diferente…
Mas continua mesmo assim a ser a incerteza de viver…
Mais dura do que apenas aceitar…
A incerteza de viver trás custos de escolha,
Custos muito elevados, para os quais não estamos preparados!
Dura razão de escolher… quando temos por onde escolher…
Mas viver para ter ou viver para sentir?
Que bom ter e sentir…
Mas ter sem sentir ou sentir sem ter?
Um jogo duro de viver …
Esta é a luta da incerteza que a vida nos mostra!
Agora só nos basta pensar e repensar…
Ou deixar a vida escolher por nós a via das nossas incertezas!


Este poema foi elaborado numa fase muito particular da minha vida [2007].
Um poema muito singular, e que nunca mais será lido "intuitivamente". A beleza da conjugação palávrica que criei outrora serve-me apenas para que o passado não caia no esquecimento, ler poemas "intuitivos" é reviver um pouco a vida... Agora apenas quero que seja lido da forma que cada um de vós o leia - a vossa subjectividade e/ou particularidade é o meu objectivo.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A dupla face da decepção!

Ultimamente os meus hábitos têm passado muito pela leitura, mas não será sobre as mais recentes leituras que me vou debruçar. Um livro já lido à muito, notável pelos assuntos que aborda, e excelente pelo modo como é escrito tem-me ficado na memória sempre que abordo determinados assuntos da vida. "Não me contes o fim" de Rita Ferro, um romance que trata a intimidade feminina invocando o sexo, o casamento, a família, a maternidade e a liberdade. Neste livro destaco um pequeno tema abordado e que, volta e meia, me "remói" a cabeça: Decepção.

"É por recearmos decepcionar os outros que embarcamos, tantas vezes, no navio errado. Outra fatalidade: a de ceder, contra própria vontade, pela simples incapacidade de dizer não. Trata-se de uma fraqueza comum, para a qual não existe outro antídoto senão o exercício, repetido, da recusa sobretudo quando nos sabemos sem forças, com menos fé ou pouco interesse, numa proposta. Infelizmente, a nossa subalternidade aos outros é tamanha que preferimos fracassar a declinar um desafio, só para não parecermos cobardes."

Na vida para não nos decepcionármos, decepcionamos tantas outras pessoas, e muitas outras vezes o contrário, decepcionamos os outros para não nos decepcionarmos a nós! Devemos levar a vida nesta dupla face? Não seremos nós capaz de impor os nossos valores, ideias, pensamentos e acções? Avançamos e valemos do nosso sonho, decepcionando, se necessário, as ideias de outrem, ou por outro lado, sucumbimos ao que os outros nos impõem, fazendo nos sentir covardes e a afogar em decepção profunda?
Não queria alongar muito o assunto, toca-me um pouco de facto, mas não o posso passar despercebido. A autora está certa quanto ao exercício de dizer "Não". Se fossemos mais fortes e mais sinceros... Mas ser sincero compensa nos dias de hoje? Se são os cínicos e os falsos que vencem e perduram... Para quê? [...] Muito que me alongaria para poder explicar mais o que me vai na alma... Mas uma coisa quero e devo alertar: "Não encher sff!" É muito mau para a saúde, causa stress e por vezes problemas psicológicos e psíquicos, muitas das vezes irreversíveis. Isto para não falar na tristeza/infelicidade (temporária ou permanente). Enfim... Repensar muito antes de nos decepcionarmos é o melhor. Será melhor a nossa decepção para a satisfação dos outros? Ou o contrário? Ainda se nos valorizassem... e se não?

terça-feira, 5 de maio de 2009

"Arrisca a tua vida"


Tenho lido umas coisinhas que me fazem pensar... É que ultimamente tenho tido menos tempo de pensar autonomamente... :) Vontade é o que não me falta de voltar ao "activo", mas tem-me sobrado imenso pouco tempo! Então ora segue o seguinte poema de Prosper Mouier, que de certo modo "chincalhou" o meu ego:

ARRISCA A TUA VIDA

Não digas: sou demasiado pobre!
Dá o que tens.
Não digas: sou demasiado fraco!
Lança-te para diante.
Não digas: sou demasiado ignorante!
Diz o que sabes.
Não digas: sou demasiado velho!
Dá as tuas forças e a tua experiência.
Não digas: isso matar-me-ia!
Se morreres, reviverás e farás viver.
Se o fardo te é pesado, pensa nos outros.
Se atrasas o passo, eles param.
Se te sentas, eles adormecem.
Se fraquejas, eles fogem.
Se duvidas, eles desaparecem.
Se hesitas, eles recuam.
Mas se andas, eles correm.
Se corres, eles voam.
Se lhes estendes a mão,eles sustentam-te e ajudam-te.
Reza por eles e serás exaltado.
Arrisca a tua vida e viverás!

Simplesmente bonito! Posso dizer que todas estas afirmações são de uma grandeza única... Quer dizer o que realmente diz, e quer dizer muita coisa além do que diz! Ao longo de todo o poema questionamos quem serão o "eles" e no final pouco se questiona! Perguntamos talvez, o "eles" são mesmo quem achamos ser que são? O facto é que o "eles" tornam o poema muito "catolicista", mas eu acho que não é por aí que o poema deixa de ter a sua beleza... O facto é que temos que arriscar a nossa vida... em todas as perspectivas, mesmo nos momentos em que achamos que estamos a ir baixo... Não nos monesprezármos, é algo também importantíssimo (mesmo que não seja o nosso forte, há que tentar lidar um pouco com este facto). E o principal de tudo: LUTAR (mesmo que estejamos a perder a batalha), só acharemos ajudas se formos optimistas, porque o pessimismo não é nosso aliado!
O facto é que tudo isto é bonito de se dizer e de se ler, mas quando o optimismo não reside em casa própria estas ideias são simplesmente líricas... Enfim... Há que lutar, não é? LUTAR...