quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Esperei por ti no local combinado. Olhei o mar por tempo indeterminado. Contemplei-te em cada gota de água que observava. Imaginei-te chegar ao som do rebentar das ondas. Sonhei amar-te ao pôr-do-sol. Deixaste-me a sofrer por ti. Desejava declarar-me. Idealizava um amor abençoado pelo infinito. Mas os sonhos servem para serem sonhados. E eu já caía em mim, não virias, não serias meu. Já estava apenas e só a sonhar. Acabou. Chorei. O sonho acabou muito antes de ter começado. Desisti. Amar-te-ei apenas e em segredo para mim. Tenho que virar as costas à tela daquele momento. Vou esquecer aquele som e imagens mágicos que imaginei ser o nosso retrato romântico.
O meu amor não passou por ti. Resta o sonho do que poderia ter passado. Sobrou a vida subserviente ao que existia. Espero que sigas no teu parque de diversões. Não te canses da montanha russa. Sei que na tua vida sobes e desces vertiginosamente, e a uma velocidade atroz. Desejo que esses loopings vertiginosos não te provoquem náuseas. Sei que nas muitas paragens que fazes acabas agoniado. Não admites. Engoles o vómito e partes para mais uma volta na ânsia de esquecer os momentos atribulados da tua vida. Pára. Sente o cheiro da vida. Fechas o teu coração e nem sentes o amor que passa por ti. Como eu esperei, nunca ninguém mais quererá esperar. Eu perdi, perdeste tu. Seguiste a tua viagem sem por mim quereres passar. Desviaste a rota sabendo que aqui esperava por ti.
Não sei quando voltarei. Este sonho está guardado apenas em mim. Só não sei se quando lá voltar te encontrarei. Não vou deixar de sonhar. Provavelmente desistirei de lutar pelos sonhos, mas tenho uma certeza: reestruturar-me-ei para ser feliz. A minha alma ama o mundo e para o mundo irei a viver um amor que nunca viverás.