sexta-feira, 12 de março de 2010

... preferia duas facadas no coração!

Acordei e não me senti. Há muito tempo que volta e meia não sinto vários membros do meu corpo, mas hoje foi-se-me a alma junto com o resto do corpo. Sinto-me enojada e apreensiva. A vida dá muita bofetada e quando se pensa que está tudo bem, acordamos bem à beira do abismo. O que nos vale é a capacidade de revitalização perante os problemas dos outros. Mas a bomba pode sempre explodir, basta viver numa casa minada delas, onde qualquer passo mal dado, qualquer gesto, qualquer palavra tem significados absurdos. E pior que uma explosão megalómana, é coagir e negligenciar tais factos. Também ao que me parece é fácil negligenciar, quando se usa uma máscara, quando há poucos ser humanos a conhecer a face de um bombista. É tão fácil tapar o sol com a peneira, e tapar factos mais fácil ainda... Viver escondendo a humilhação, a repudiação e a negação de um ser que não tem que ser como quer que sejam é para mim uma estranha forma de ser e de viver. E por achar que alguma vez se irá viver de forma normal o processo se arrasta, se aniquila e se esvazia. Qualquer dia morre-se do vazio causado por aneurismas sentimentais com tensão supra-alta na zona psicológica e analógica. Talvez preferisse mesmo facadas, pois morrer psicologicamente e ter que negar todo um erro descabido e cruel, onde nos fazem sentir culpados até de uma respiração mal dada, ou de uma lágrima não consentida. Muito triste quando se morre a tentar ser que se é na verdade, quer ser livre e independente, e pior que isso, trabalhando arduamente para que nada falte e para que nada seja apontado. Conclusão: nada serve, quando nunca se agrada da forma que um bombista deseja.

quinta-feira, 4 de março de 2010

O meu futuro...


O dia de amanhã,
aquilo que não se sabe, e tudo mais!
Não quero ir para lá,
tenho medo,
sei que não vou ser feliz lá!
É um sítio obscuro,
incerto, incompreensível, irreverente
e desconhecido!
Não quero,
não será bom,
é um futuro programado,
previsto por todos!
E eu?
Quero ir embora,
quero o meu passado de volta!
Deixei de viver o EU!
Será que terei que viver-me?
Ter uma vida intusiasta só para mim?
Não é um abandonar de sentimentos,
é um fugir dos ressentimentos.
Ai futuro, ai futuro....
Estás aí como se quer...
...mas por mim ou por quem?

9/1/2006