segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O passeio da vida... # II

A crise dos dias de hoje deixa-nos à porta dos bancos, e eu pessoalmente odeio bancos. Cartões de crédito, taxas de juro, despesas de manutenção e de sei lá mais o quê, é algo que me faz borbulhar. Não me vou alongar muito por este assunto, mas eu e os bancos só não vivemos cada um para seu lado por causa da modernidade da nossa sociedade, está de tal modo tão evoluída em sua dependência que já não me permite viver sem eles. E eu sou uma mulher moderna, caramba! (Podia dizer que não tenho dinheiro, mas é sempre muito mais suis generis dizer que sou moderna, não acham?) A realidade é que nunca quis cá empréstimos bancários, nem dinheiros emprestados de entidades "crava ferroadas". Ou será que até hoje nunca precisei? Nunca precisei, mas também nunca me achei de que com nada quisesse ter tudo. Hoje muitos até têm tudo, mas vêm-se às aranhas para não ficar com nada.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O passeio da vida... # I

Se a minha vida acabar neste capítulo, e vendo-a retrospectivamente, acho que tinha sido feliz. Mas... o facto é que ando perdida com os dias que atravesso. E depois a lembrar-me dos dias com que construi o meu passado, é que me transcendo para o modo HELP. É isso mesmo: SOCORRO: tempo volta para trás. SOS - STOP - BACKWARD. Como eu fui feliz quando me considerava a patinho feio da turma, como eu fui feliz ao ser humilhada pela miúda da outra turma que saía com o tipo de quem gostava. Como eu fui feliz a levar umas palmadas da minha mãe... Todos estes episódios fizeram-me mais forte, por isso, de um modo ou de outro, fui feliz. Ah, é verdade, lembrava-me agora! E a felicidade com que ouvia as explicações maravilhosas que os irmãos mais velhos tinham para tudo o que eu perguntava? Coisa inimaginável, os irmãos saberem tudo o que eu precisava para ser feliz!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011


Estava eu sozinha naquela festa de amigos, de colegas, de amigos dos amigos, de colegas dos colegas, de amores e de desamores. Estava eu ali… sem amor ou algo que o representasse por si. Uns festejam, outros riem, uns brindam, outros sucumbem ao álcool nas veias. Olho em redor, e vejo-me ali sozinha, calada, ausente do mundo que festeja em grande plano um qualquer evento sem importância. Tento abstrair-me da minha solidão, e de cada vez que tento saltar cá para fora alguém muito entusiasticamente me rouba a oportunidade. Já não aguentava lutas de lideranças por um posto de popularidade momentâneo numa festa inventada, e naquele momento ansiava por um take off dali por fora. Encontrava-me já a imaginar o meu momento à american teenage films, em que naquele baile encontraria o homem da minha vida, ou talvez só o homem daquela noite, sei lá... Não, isso não me aconteceu. E durante algum tempo apenas mirava o filme de cada conhecido. Ria-me de uns, meditava acerca do degradante de outros, e naquilo constatei que existia quem estivesse em pior situação que eu naquele momento. Enfim... Havia ali muito para ver e para comentar, mas não teci este estilo de levar a noite durante muito tempo, até porque não sou pessoa de avaliar os outros consoante o que faço ou digo, e vice-versa. Por momentos dei-me a pensar na quão estúpida era a minha vida; sem sabor, sem amor, ou sem felicidade aparente. Sem saber porquê comecei a sentir-me incomodada de ali estar. E foi naquele instante que me passou pela cabeça se naquela festa poderia estar alguém não muito meu amistoso. Olhei em redor, e não é que estava mesmo? Estava nada... A única pessoa que me podia “aziar” naquele momento teria muito mais que fazer da vida, e ali muito ou pouco, só estavam amigos. É que nem amores, nem desamores! Ninguém para implicar e pior que tudo, ninguém para namorar! Socorro, eu não estou aqui! Que seca de festa, de evento, de convívio, … Porque é que eu não trouxe par? Não havia par neste dia? Não me lembrava de ter pensado nisso. Ultimamente havia estado mergulhada numa tal introspecção, que fazia de mim estúpida e imbecil, e que cada coisa que me fizesse pensar parecia que me tornava cada vez mais deprimida. Enfim… Estava ali estupidamente sozinha por minha culpa. Porque raio não me lembrou levar alguém? Quereria eu de maneira indirecta alguma coisa? Se calhar!... O facto é que naquele momento eu ansiava algum desenvolvimento naquela festa deprimente, e não falava só devido ao meu estado de alma, o real curso daquele convívio estava muito aquém do que muitos esperavam. Nada parecia bem organizado, havia-se instalado uma espécie de diversão our self muito esquisita. Ao que parecia já havia muita gente, aos pares ou em grupos, com o mesmo (ou maior) grau entediante que o meu. Enfim… Farta de tudo o que via e sentia lá me decidi ir embora. Já tinha consumido horas q.b., estava mais que na hora de desligar dali. De repente parecia que eu tinha passado de um modo pesado para um de alívio. Assim sendo, dirigi-me a um casal amigo meu para me despedir, e agradecer de certo modo o que eles me haviam proporcionado naquele convívio. São amigos de longa data, mereciam (e merecem) um carinho especial, e naquela noite tinham sido os únicos amigos louváveis, merecedores de uma justificação plausível para a minha partida antecipada. Estava a acabar uma noite à muito desejada por ser terminada. Será que terminou? Só sei que ali terminava uma noite tenebrosa. Saí daquela casa à boleia do motorista do tal casal amigo. Lembra-me de estar moderadamente encantada com o sorriso do rapaz. Entrei no carro leve e solta, pronta para mudar o rumo daquela noite, que ali tinha terminado.