terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Desejos de Viver

Só eu sei contar a minha história!
Uma história proibida, mas sentida.
Uma história insensata, mas real.
Uma história impossível, mas verdadeira.
O futuro pertence a quem constrói uma história!
Construir a minha história é o meu futuro.
Ter-te na minha história só depende de ti!
Depende da realidade,
da (im)possibilidade de cada um,
e dos sentimentos que o futuro tece.
Não apaguei o passado,
mas também não menosprezo o futuro!
Sinto o que tenho que sentir.
Quero ser amada por quem amo!
Quero ser feliz, tal como sou!
Desejo uma história de amor feliz!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Aqui, ali sou eu!
Difícil de entender,
Difícil de saber o que obter!
Complicar para aceitar!
Simplificar para vencer!
Ter o sonho de ser…
Imprevisível,
Compreendida,
Amada,
Ou simplesmente…
Valorizada!
Eu, com ou sem motivo
Faço falta!
Falta ser eu.
Falto existir em mim.

Poema rebuscado do velho caderninho - 11/Out/2005

domingo, 13 de novembro de 2011

"O Principezinho"

Todos os amantes de literatura e todos os que são apenas namorados, casados ou separados da literatura deveriam ler este belo livro de Saint-Exupéry. Toda uma humanidade o deveria ler uma vez na sua vida, e de preferência após os 20 anos... Eu que já o li quando era criança, lê-lo agora já crescidota fez-me ganhar uma nova perspectiva acerca da sua mensagem. Para quem não tenciona ter nenhum caso com qualquer literatura que seja, deixo a minha escolha das melhores frases deste livro.


«As pessoas grandes gostam de números. Quando vocês lhes falam de um amigo novo, as perguntas nunca vão ao essencial. (…) Se vocês disserem às pessoas grandes: “Hoje vi uma casa muito bonita de tijolos cor-de-rosa, com gerânios nas janelas e pombas no telhado…”, as pessoas grandes não a conseguem imaginar. É preciso dizer-lhes: “Hoje vi uma casa que custou vinte mil contos.” Então, já são capazes de exclamar: “Mas que linda casa!”»

«O meu amigo já se foi embora há seis anos com a sua ovelha. Se o tento descrever, é só para não me esquecer dele. É tão triste esquecermo-nos de um amigo! Nem toda a gente teve um amigo na vida! E depois, posso ficar como as pessoas grandes que já não se interessam senão por números.»

«– Sei de um planeta onde há um senhor todo afogueado. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou para uma estrela. Nunca gostou de ninguém. Nunca fez senão contas. E, tal como tu, passa o dia a dizer: “Eu sou um homem a sério! Eu sou um homem sério!” Mas aquilo não é um homem!»

«É bem mais difícil julgarmo-nos a nós próprios do que aos outros. Se te conseguires julgar a ti próprio, és um sábio dos autênticos.»

«E depois ainda pensou: “Julgava-me muito rico por ter uma flor única no mundo e, afinal, só tenho uma rosa vulgar. Ela e os meus três vulcões que mal me chegam ao joelho – um dos quais, se calhar, extinto para todo o sempre – não fazem de mim um grande príncipe…” E, depois na relva, desatou a chorar."»

«(…) – Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me perderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo…»

«– Só conhecemos as coisas que prendemos a nós – disse a raposa – Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, prende-me  a ti!»

«(…) só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos…»

«– Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.»

«– Os homens bem se encafuam dentro dos comboios, mas já não sabem do que andam à procura. Portanto, não fazem senão andar à roda…»

«Quando nos deixamos prender a alguém, arriscamo-nos a chorar de vez em quando…»

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Esperei por ti no local combinado. Olhei o mar por tempo indeterminado. Contemplei-te em cada gota de água que observava. Imaginei-te chegar ao som do rebentar das ondas. Sonhei amar-te ao pôr-do-sol. Deixaste-me a sofrer por ti. Desejava declarar-me. Idealizava um amor abençoado pelo infinito. Mas os sonhos servem para serem sonhados. E eu já caía em mim, não virias, não serias meu. Já estava apenas e só a sonhar. Acabou. Chorei. O sonho acabou muito antes de ter começado. Desisti. Amar-te-ei apenas e em segredo para mim. Tenho que virar as costas à tela daquele momento. Vou esquecer aquele som e imagens mágicos que imaginei ser o nosso retrato romântico.
O meu amor não passou por ti. Resta o sonho do que poderia ter passado. Sobrou a vida subserviente ao que existia. Espero que sigas no teu parque de diversões. Não te canses da montanha russa. Sei que na tua vida sobes e desces vertiginosamente, e a uma velocidade atroz. Desejo que esses loopings vertiginosos não te provoquem náuseas. Sei que nas muitas paragens que fazes acabas agoniado. Não admites. Engoles o vómito e partes para mais uma volta na ânsia de esquecer os momentos atribulados da tua vida. Pára. Sente o cheiro da vida. Fechas o teu coração e nem sentes o amor que passa por ti. Como eu esperei, nunca ninguém mais quererá esperar. Eu perdi, perdeste tu. Seguiste a tua viagem sem por mim quereres passar. Desviaste a rota sabendo que aqui esperava por ti.
Não sei quando voltarei. Este sonho está guardado apenas em mim. Só não sei se quando lá voltar te encontrarei. Não vou deixar de sonhar. Provavelmente desistirei de lutar pelos sonhos, mas tenho uma certeza: reestruturar-me-ei para ser feliz. A minha alma ama o mundo e para o mundo irei a viver um amor que nunca viverás.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O passeio da vida... # IV

Não sei se é da minha cultura geral, ou da minha falta de paciência por incongruências estúpidas, no sentido crítico, ao estilo de vida da sociedade actual. É normal nos dias de hoje a vida do próximo ter mais interesse que a própria vida? Será normal uma simples vida ser passível de ter que ser analisada, revirada do avesso, estupidificada, rotulada, inventada e projectada pelo alheio? Teremos nós, sendo conhecidos ou desconhecidos, que viver para os retratos de paparazzos infames que teimam re-inventar tudo o que vêm? Somos contemporâneos, ou pelo menos dizemos ser. A ditadura já lá vai. Somos livres de viver! A ideologia é um acto livre! No mundo ainda se travam guerras para se ser assim! Vivemos de barriga cheia a dizer que somos livres, que nos respeitamos, e que somos modernos... Mas aquele cerne mesquinho de olhar para o lado, de mexericar, e de criticar obsessivamente persiste, como se a liberdade nos trouxesse a perfeição ao ponto de termos o direito de assim sermos. Já não temos que respirar para o que os outros querem ou pensam. A liberdade trouxe direitos, mas também nos trouxe deveres. Há que ter direito a uma voz crítica sim, mas também o dever a não a tomar abusivamente desrespeitando os outros. Sou só eu que acho, ou o povo Português gosta de viver da vida dos outros, e da velha história do que o antigamente é que era bom? Acho que para um país evoluir as mentalidades deveriam ser as primeiras a evoluir, ou não? Dever-se-ia acabar com este estigma que (ainda) vive impregnado numa sociedade que se diz moderna, mas que depende dos outros, e principalmente das histórias da vida dos outros para viverem a sua!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Tenho medo
de ficar sozinha.
Tenho medo
de chorar,
de abraçar.
Tenho medo
da solidão.
Tenho medo
de mim.
Apenas
por não conseguir
pensar em mim!
Sou tão diferente
do mundo,
da natureza!
Sou eu!
Eu e o meu medo.

Poema rebuscado do velho caderninho - 10/Jan/2001

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Amor de sempre e para sempre!

Naquele dia acordava para a revelação que havia sonhado durante anos. Acordei calma e serena, até porque me apetecia continuar a dormir, sabia que inconscientemente habitavas os meus sonhos. Mas a partir daquele dia sabia que deixaria de precisar dos meus sonhos para te ter. Aquele dia tinha sido predestinado a ti. Estava prestes a encontrar-te, a conhecer-te, a abraçar-te e a beijar-te. Sonhava contigo todas as noites e tinha de ser naquele dia, naquele lugar e naquela hora. Ansiava ter-te para mim, em mim, e para sempre. Lembro-me que enquanto me preparava mal conseguir pensar, raciocinar, ou imaginar. Acordava naquele dia para ter a certeza de que o meu sonho se revelaria. Nem sei como respirava, mas tenho noção de sentir o meu peito com o dobro do tamanho a cada inspiração, bem como um alívio imenso a cada expiração. A ansiedade controlava a minha respiração. Desejava que conseguisse efectuar o maior número de tarefas no menor tempo possível, e que o tempo diminuísse a quadruplicar para que o tempo voasse até ti. Saí de casa a correr, sempre a imaginar como me imaginarias. Perguntava-me se estava bem, se estava o suficientemente bonita para ti, questionava-me no que irias dizer ou fazer. Ensaiava todas as cenas possíveis dentro de uma peça à muito desejada. Cheguei ao banco de jardim em primeiro lugar, tinha de ser eu a ver-te chegar. Toda a minha vida detestara ser observada na chegada de qualquer encontro que fosse. Tinha de ser eu a registar o momento, a observar a tua chegada, avaliar o teu caminhar, focar o teu olhar, sentir o cheiro do tempo a trazer-te a mim. Imaginava-me parar no tempo quando te avistasse; queria fotografar mentalmente aquele momento para sempre. Queria ter uma recordação pormenorizada da revelação de um sonho tornado realidade.
Ao ver-te chegar sorri como que de alívio. Num impulso aprecei os meus passos na tua direcção, e numa espécie de segundo estava junto a ti, mas ainda longe do teu abraço. Nem estava propriamente a calcular um abraço naquele momento, mas ao focar o teu olhar senti uma espécie de ordem para executar esse tão desejado movimento. E eu não resisti ao impulso depois dos 2 milésimos de segundos que me levaram a entender aquele olhar. Quando encostei a minha cabeça sobre o teu ombro soube que me amavas como antes, mas tinha noção de que ainda não te conhecia. Naquele momento tinha conhecido um novo amor, uma espécie de amor guardado durante toda uma humanidade para aquele momento. Tinha eu começado a respirar mais ordenadamente, re-estabelecendo a pouco e pouco os movimentos respiratórios quando comecei a sentir o teu coração. Ele ameaçava querer saltar cá para fora. E foi através do batimento descompassado do teu coração que senti a tua felicidade. Se me perguntasses quanto tempo analisei o teu ritmo cardíaco eu não saberia equalizar, pois estive todo aquele tempo a conhecer-te e fui deixando o tempo urgir, esperei até me quereres olhar nos olhos. E durante aquele tempo que nunca saberei precisar lembra-me de não derramar lágrima alguma na ânsia de te transmitir confiança. Sei que sentiste o nervosismo que me é característico na mesma. Mas a determinado momento, estava eu embalada no teu abraço a relembrar sonhos, memórias, e lembranças, eis que ouço a tua vós, nesse momento sinto-te a agarrar na minha cabeça deixando-a em frente dos teus lábios.
- O teu sorriso é como sempre foi: único. Quero conhecer-te definitivamente!
Aquelas palavras tinham sido qualquer coisa inacreditável. Eu não tinha planeado iniciar um diálogo por tal situação ou qualquer uma outra semelhante. Naquele momento sentia-me nua nas palavras e nos pensamentos. Já não cabia de felicidade e parecendo uma adolescente ingénua prestes a ser desvirginada apenas proferi uma banal interrogação:
- A sério? – Quando acabei de proferir aquela frase, caí em mim e nem tinha acreditado ter sido pronunciada pela minha boca. Mas também não me importei muito, afinal ainda lembravas o meu sorriso e estavas ali para conhecer-me.
Sorri novamente e reparei que sorrias de volta. Naquele momento perguntava-me quantas vezes tinha visto um sorriso sincero e apaixonado. E no instante em que estava a registar todo aquele momento em mim fui surpreendida com o teu beijo. Senti o meu sonho revelar-se, estava o mais apaixonada possível naquele momento. Senti-me realizada, de um modo tão extraordinário, que tudo o que sucedeu depois daquele encontro transcendeu o inimaginável. Algo único, que hoje apenas eu poderei partilhar...
Relembro esta revelação todos os dias, e com isso sei que sou uma mulher com um sonho realizado… Relembro um amor que já partiu, mas que ficará para sempre!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Hoje vivo aqui, junto à praia. Ouço o barulho das ondas, escuto o vento e sinto o cheiro do mar. Questiono-me se vale a pena vagar por entre rochas e rochedos na busca de uma vontade de existir. Existir para quem? Idealiticamente para os outros, mas verdadeiramente apenas para mim devesse existir. Nunca te realizarão se não fores o que querem que sejas. Quererão sempre mais! Nunca te farão valer importância alguma e com isso nunca serás quem realmente queres ser. Cobrar-te-ão e asfixar-te-ão por seres quem és. Porque só quererão ver quem querem que sejas. Ninguém merece ser culpabilizado de não ser como querem que sejam. É por isso que questiono a minha existência. Afinal a culpabilização, a cobrança e a asfixia por querer ser apenas eu faz-me sentir aqui e agora vulnerável. Capaz de qualquer ideia inimencionável. Este vento que me devolve as ideias, este som sereno que me revitalece e este cheiro que me leva para além de mim deveria de me fazer decidir quem ser. Não me ajuda, mas trás paz. Paz que acaba quando sou tudo o que devo ser, mas que mesmo assim não chega para viver.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A coragem mora ali ao lado.
O amor enganou-se, afinal não me ama.
A amizade vive longe.
A saudade morreu de amor.
A felicidade perdeu-se em busca da perfeição.
A paixão voou com o vento.
O carinho nunca existiu.
A compreensão foi morta pela desgraça.
A paciência morreu de desgosto com a falta de compreensão.
A solidão apaixonou-se pela coragem...
Mas é a falta de coragem que ainda me faz viver!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Quando penso em mim,
penso em ti,
porque apareces em mim,
porque vives em mim,
acreditas em mim.
Tu, que sabes quem ser,
que vives em aparecer
para atormentar
este vício de amar!
Pois é, tu és eu
e eu sou tu,
mas nem tu nem eu
sabemos que eu sou tu,
ou que tu és eu!
Que confusão,
afinal a questão sou eu!
Eu que só penso em ti,
e talvez por pensar
tenho que me declarar!
Pois nem eu nem tu
depois desta confusão
sabíamos que este acaso
se transformara
numa eterna paixão!

terça-feira, 12 de abril de 2011

3 anitos a passear pela blogosfera :)

Pois é... aqui o blog da TaViTa está a fazer 3 anos que se iniciou nos belos passeios pelas ideias, pensamentos, desabafos, e reflexões! E agora? No mínimo, venham mais 3, e com o máximo de imaginação possível! ;)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Amigo, que te posso dizer?
Que sofro por amor?
Pois teríamos conversas infinitas...
Tu e eu, por amor!
Que semelhança, tu e eu...
A diferença é que eu choro e tu sorris!
Reconfortas-me!
O que me vai na alma
tu sabes,
não sou eu, não és tu.
É ele e apenas ele!
Quem?
O desconhecido do amor.
Aquele que nos atormenta
antes de adormecer,
o que nos faz pensar no outro ele!
E que mais tenho a dizer?
Pode não parecer verdade,
mas estas letras dizem tudo!
A minha amizade por ti,
o meu sofrimento,
e a minha alegria de amar
sacia toda a minha sede de poesia.
Esta poema pode ser
curioso para uns,
ridículo ou insignificante para outros!
Mas para ti que és meu amigo,
e que sorris quando amo...
...este poema será provavelmente
o resumo de todas as nossas conversas de amor!

quinta-feira, 17 de março de 2011

O passeio da vida... # III

Estava à momentos a falar de homens com uma amiga e chegamos à grande conclusão que todos eles têm uma enorme capacidade de tornar o universo deles único. Tudo o que eles dizem tem um fundamento próprio, utópico, inaintrepertável por mulheres. As relações humanas como toda a gente sabe (no mínimo, as mulheres sabem) têm por vezes explicações inquestionáveis. Cada um tem uma relação própria com cada uma das muitas pessoas que conhecem; sejam elas amigos, namorados, família, etc. E estas relações não têm qualquer explicação lógica. Nem todos nós somos educados da mesma forma, nem todos nós amamos da mesma maneira ou com a mesma intensidade e devoção. Os sentimentos não têm definição própria, a meu ver, têm apenas formas de expressão. Formas de expressão essas que eles querem que nós as definamos para depois fazerem a sua redefinição simplista. E quem fala de sentimentos, fala de outras questões existentes na vida de um homem.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Paixão Proibida

Pintura "Nômades Amantes do Tempo" por Bruno Steinbach Silva
Texto publicado em Provoca-me

Ainda me lembro de todos os pormenores. Do som das tuas palavras ao meu ouvido, das cores do quarto de hotel, do cheiro da tua pele, e de todo aquele calor que sentimos. E o teu corpo majestoso, os teus olhos brilhantes, o teu sorriso sedoso, as tuas mãos que tão bem embalavam o meu corpo naquela noite... Ainda consigo sentir o pecado que viveu em mim. A quantidade de adrenalina que se esvaziou para as minhas veias foi tal, que ainda hoje me alimenta o desejo, e com toda a certeza residirá em circulação para sempre. O coração batia cada vez mais acelerado, mas o cérebro negava todos os impulsos. Queria ficar, o desejo sedento de te envolver, de te conhecer e de me entregar como nunca me tinha entregado a alguém. A força das hormonas conseguiu vencer o meu consciente pecador. A tua sedução venceu. Entreguei-me, não sabia como, mas estava ali. Foi ali num clima nunca antes sentido, num ambiente totalmente desinibido e de excitação, que nos entregamos um ao outro.
Lembro-me de a minha razão ter perguntado ao coração se valeria a pena, se tal pecado seria alguma vez perdoado. Perdoei-me mas não foi de imediato. Só muito depois de te ter tido em mim é que realmente equacionei os sentimentos. Perdoei-me porque de uma maneira ou de outra, e apesar de todos os devaneios que habitavam naquele quarto, tudo foi sentido, houve paixão.
Fecho os olhos e revejo aquela noite. Os teus braços abraçavam-me como que a pedir de alguma forma autorização para me teres. E o momento em que tocas nos meus lábios senti que te tinha concedido o desejo. Avançaste com as tuas mãos grandes e aveludadas, e agarraste-me com vigor. Despi-me logo após de te ver despir em escassos segundos. Ambos queríamos aproveitar todos aqueles momentos a medo que o tempo acabasse ou que eu me arrepende-se. E não, não me arrependi, segui em frente. Tocava-te loucamente, abraçava-te tão forte, queria que me sentisses só tua. O calor habitou em nossos corpos, e o meu pecado capital naquela noite viveu em ti.
Reviveria tudo outra vez. Sentiria novamente os teus beijos, o teu calor, o teu desejo... Cairia na tua cama, ter-te-ia novamente em mim, só para encher uma vez mais o coração daquilo que ainda sinto por ti. Arrepia-me a ideia de um dia poder voltar a sentir o teu toque. É tudo passado, é tudo lembrança, e hoje tudo reinventado seria apenas uma quimera. Aqueles minutos já passados, já queimados, de ouro pecaminoso não voltam mais. Agora só o sonho traz ao coração aquela paixão proibida.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O passeio da vida... # II

A crise dos dias de hoje deixa-nos à porta dos bancos, e eu pessoalmente odeio bancos. Cartões de crédito, taxas de juro, despesas de manutenção e de sei lá mais o quê, é algo que me faz borbulhar. Não me vou alongar muito por este assunto, mas eu e os bancos só não vivemos cada um para seu lado por causa da modernidade da nossa sociedade, está de tal modo tão evoluída em sua dependência que já não me permite viver sem eles. E eu sou uma mulher moderna, caramba! (Podia dizer que não tenho dinheiro, mas é sempre muito mais suis generis dizer que sou moderna, não acham?) A realidade é que nunca quis cá empréstimos bancários, nem dinheiros emprestados de entidades "crava ferroadas". Ou será que até hoje nunca precisei? Nunca precisei, mas também nunca me achei de que com nada quisesse ter tudo. Hoje muitos até têm tudo, mas vêm-se às aranhas para não ficar com nada.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O passeio da vida... # I

Se a minha vida acabar neste capítulo, e vendo-a retrospectivamente, acho que tinha sido feliz. Mas... o facto é que ando perdida com os dias que atravesso. E depois a lembrar-me dos dias com que construi o meu passado, é que me transcendo para o modo HELP. É isso mesmo: SOCORRO: tempo volta para trás. SOS - STOP - BACKWARD. Como eu fui feliz quando me considerava a patinho feio da turma, como eu fui feliz ao ser humilhada pela miúda da outra turma que saía com o tipo de quem gostava. Como eu fui feliz a levar umas palmadas da minha mãe... Todos estes episódios fizeram-me mais forte, por isso, de um modo ou de outro, fui feliz. Ah, é verdade, lembrava-me agora! E a felicidade com que ouvia as explicações maravilhosas que os irmãos mais velhos tinham para tudo o que eu perguntava? Coisa inimaginável, os irmãos saberem tudo o que eu precisava para ser feliz!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011


Estava eu sozinha naquela festa de amigos, de colegas, de amigos dos amigos, de colegas dos colegas, de amores e de desamores. Estava eu ali… sem amor ou algo que o representasse por si. Uns festejam, outros riem, uns brindam, outros sucumbem ao álcool nas veias. Olho em redor, e vejo-me ali sozinha, calada, ausente do mundo que festeja em grande plano um qualquer evento sem importância. Tento abstrair-me da minha solidão, e de cada vez que tento saltar cá para fora alguém muito entusiasticamente me rouba a oportunidade. Já não aguentava lutas de lideranças por um posto de popularidade momentâneo numa festa inventada, e naquele momento ansiava por um take off dali por fora. Encontrava-me já a imaginar o meu momento à american teenage films, em que naquele baile encontraria o homem da minha vida, ou talvez só o homem daquela noite, sei lá... Não, isso não me aconteceu. E durante algum tempo apenas mirava o filme de cada conhecido. Ria-me de uns, meditava acerca do degradante de outros, e naquilo constatei que existia quem estivesse em pior situação que eu naquele momento. Enfim... Havia ali muito para ver e para comentar, mas não teci este estilo de levar a noite durante muito tempo, até porque não sou pessoa de avaliar os outros consoante o que faço ou digo, e vice-versa. Por momentos dei-me a pensar na quão estúpida era a minha vida; sem sabor, sem amor, ou sem felicidade aparente. Sem saber porquê comecei a sentir-me incomodada de ali estar. E foi naquele instante que me passou pela cabeça se naquela festa poderia estar alguém não muito meu amistoso. Olhei em redor, e não é que estava mesmo? Estava nada... A única pessoa que me podia “aziar” naquele momento teria muito mais que fazer da vida, e ali muito ou pouco, só estavam amigos. É que nem amores, nem desamores! Ninguém para implicar e pior que tudo, ninguém para namorar! Socorro, eu não estou aqui! Que seca de festa, de evento, de convívio, … Porque é que eu não trouxe par? Não havia par neste dia? Não me lembrava de ter pensado nisso. Ultimamente havia estado mergulhada numa tal introspecção, que fazia de mim estúpida e imbecil, e que cada coisa que me fizesse pensar parecia que me tornava cada vez mais deprimida. Enfim… Estava ali estupidamente sozinha por minha culpa. Porque raio não me lembrou levar alguém? Quereria eu de maneira indirecta alguma coisa? Se calhar!... O facto é que naquele momento eu ansiava algum desenvolvimento naquela festa deprimente, e não falava só devido ao meu estado de alma, o real curso daquele convívio estava muito aquém do que muitos esperavam. Nada parecia bem organizado, havia-se instalado uma espécie de diversão our self muito esquisita. Ao que parecia já havia muita gente, aos pares ou em grupos, com o mesmo (ou maior) grau entediante que o meu. Enfim… Farta de tudo o que via e sentia lá me decidi ir embora. Já tinha consumido horas q.b., estava mais que na hora de desligar dali. De repente parecia que eu tinha passado de um modo pesado para um de alívio. Assim sendo, dirigi-me a um casal amigo meu para me despedir, e agradecer de certo modo o que eles me haviam proporcionado naquele convívio. São amigos de longa data, mereciam (e merecem) um carinho especial, e naquela noite tinham sido os únicos amigos louváveis, merecedores de uma justificação plausível para a minha partida antecipada. Estava a acabar uma noite à muito desejada por ser terminada. Será que terminou? Só sei que ali terminava uma noite tenebrosa. Saí daquela casa à boleia do motorista do tal casal amigo. Lembra-me de estar moderadamente encantada com o sorriso do rapaz. Entrei no carro leve e solta, pronta para mudar o rumo daquela noite, que ali tinha terminado.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Odiar para quê?

Pobre ódio que alimentas. Que pessoa vazia... Paixões, amores, amizades, e ternuras nunca tidas, nunca lembradas, nunca semeadas... Transbordas de inveja, que só a vês nos outros. Que mais te falta? De que mais precisas? Tem uma história de amor (mesmo que seja fugaz), partilha a tua vida com os demais. Não te focalizes apenas nos óbvios e no politicamente correcto. A tentativa de perfeição nunca te fará perfeito. Menosprezar é de um tão pobre de espírito que atrever-me-ia a dizer que vives em simbiose. Mas lembra-te que nenhuma relação é simbiótica a vida inteira! Depois da simbiose viverás com mais ódio ainda... dos que não amaste, dos que desprezaste, e até dos que deste amor demais e que o seu prazo de reciprocidade expirou! Invejarás quem foi, é e sempre será independente de tudo e todos. Verás que viste nos outros tudo aquilo que és, e que foi um erro focalizar sentimentos penosos. Todos nós amamos, de modos e maneiras tão grotescas, mas se não agirmos nem que seja um pouco de maneira estereotipada como alguém sabe que somos amados? Bastará proferir palavras soltas? Claro que não... palavras soltas leva-as o vento. E os gestos por seu lado ficam, marcam, fazem-se sentir. Não mereces o apreço que tenho por ti. Passo por ti e só me espanto da insensibilidade que me é alvejada. Insensibilidade que aprendi a alvejar também. A vida acostumanos, e se ela souber a amargo é porque da travessa de onde provei a comida tinha esse trago, e com um sabor de fazer franzir o sobrolho, a vida tem que ser franzida também. Não serei eu a única, decerto ninguém (nem eu) revelará falta de interesse; interessa-me apenas ignorar, monesprezar, ... Dar de beber o próprio veneno; armazenei-o, não o preciso de fabricar. Não ajo da mesma maneira, tive que aprender a viver em consequência do teu ser, e só por isto posso dizer que ajo de "igual modo". Podia ter sido de outra maneira... agora só me resta "pena", o sentimento mais desprezível. Pensei que fosses como te pintavam, afinal só te pintam bonito para não ficares ainda pior! Desejo-te o dobro do que me desejas a mim, e não penses que te odeio. Não odeio quem quer que seja só porque me odeia. Não tenho de deixar de te respeitar porque me odeias... tenhas o mundo inteiro para comprar ou para vender. Tenho princípios, cresci com eles, reformulei muitos deles, mas nunca esquecerei que ser eu mesma, e como só eu sei ser, vale muito mais que qualquer imitação cara! Sê feliz, e deixa-me a mim sê-lo também!