quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Novas Sensações

Há dias que acordamos sem saber bem o que vamos encontrar. E de repente questionamos-nos como serão os dias em que encontramos um novo amor? Serão dias de sol, tenebrosos, de verdadeira tempestade, com uma ligeira neblina ou com uma leve brisa perfumada? Encontramos o amor logo ao amanhecer, em pela noite escura, ou ao som do pôr-do-sol? Haverá algum cenário padronizado onde podemos cruzar olhares e nos apaixonarmos? Existirá alguma palavra-chave para nos despoletar o velho sentimento que achávamos nunca mais voltar a sentir? Eu atrever-me-ia a dizer que não interessam os dias, a hora, o tempo, o cenário ou as palavras proferidas. Basta desejar ser amado, basta estar receptivo a um novo amor que nos ame como somos, com o que temos e com o que idealizamos. É num dia ao acaso, em que acordarmos sedentos de viver o habitual quotidiano que por vezes encontramos uma forte vontade de sentir sensações de alerta, de atracção, de atenção, de calor que nos levam à descoberta de um novo amor. Pois muito mais importante que nos apaixonarmos num início de tarde de verão à beira mar e ao som de música romântica ouvindo palavras épicas, é sentir um coração aberto para entrarmos. São sensações únicas que cada um de nós vive à sua maneira que nos faz entregarmos a alguém que inicialmente conhecemos tão pouco, mas que por alguma razão tem tanto de nós nelas. É quando conhecemos aquela pessoa que inicialmente nada tem a ver connosco, mas que por algum motivo inexplicável a desejamos conhecer mais e mais, e que entretanto já não conseguimos passar sem é que temos certeza que o amor voltou. Mas um novo amor só floresce quando já perdemos um outro definitivamente, quando nos encontramos totalmente abstraídos do passado e do que nos magoou. Os verdadeiros amores não são apenas os de uma vida inteira, por vezes é necessário deixar desvanecer um amor que dizíamos verdadeiro, para ver o quanto ele foi fugaz, pobre, falso, irrisório, fraco, cínico ou imaginário. Só com novas sensações podemos construir um novo amor; algo verdadeiro, puro, que nos abra o coração para um novo futuro, e para uma nova realidade.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Perdi... Pequei...

Perdi, perdeste, perdemos! O sofrimento terminou, o amor com ele se avassalou, e em tristeza se transformou. Nunca quis que deixasses de ser quem és, apenas desejava que focasses e contornasses os objectivos comuns. Pequei, cedi, transformei-me por ti, pelas tuas metas, pelos teus objectivos. Perdi-me no que era essencial, de mim já nada mais te valia, já nada mais te saciava, já mais nada valorizavas. Valeu a pena ter amado demais? Valeu a pena todas as oportunidades oferecidas sob um céu de choro e envoltas na mais pesada maquinaria manipulativa? O amor é cego de facto, e nunca nos devemos arrepender de termos amado, apenas devemos nos  arrepender de não ter sido ainda mais. A verdade é que não sendo demais, o sofrimento martela este nobre sentimento, e chegando a tristeza o amor que existiu emana-se para nunca mais se querer materializar. Um erro querer viajar num mundo que nunca foi nosso, e que teimavas mostrar que nunca iria ser. Amar com pena, com vergonha, com solidariedade, com chantagem, com obrigação e com a noção de que já não se é mais quem foi... Não! Afinal de que serviu tanta oportunidade, tanta transformação e tanto trabalho árduo para levar o barco a bom porto? Deixar-nos navegar à deriva sem ambições comuns, sem sorrisos, sem vontade de se estar presente é deixar morrer um sentimento que por bons momentos da nossa vida nos uniu.
Nunca me arrependi de nenhuma opção que fiz na vida. E estou certa de que nunca me arrependerei de ter desistido, afinal já à muito tinhas desistido de mim. Viver sem força para admitir que não estou à altura é tão ou mais triste que dizer que não me amas. Matas-me a cada afirmação acusativa de toda uma falta de poder que eu nem sequer possuo é dar um tiro no amor que existiu. Esvaziaste inúmeros cartuxos durante anos, reconstitui-me e valorizei o que de melhor há em ti, e mesmo deixando de ser quem era não cheguei.
Enfim... Pequei, pecaste, pecámos!