quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Perdi... Pequei...

Perdi, perdeste, perdemos! O sofrimento terminou, o amor com ele se avassalou, e em tristeza se transformou. Nunca quis que deixasses de ser quem és, apenas desejava que focasses e contornasses os objectivos comuns. Pequei, cedi, transformei-me por ti, pelas tuas metas, pelos teus objectivos. Perdi-me no que era essencial, de mim já nada mais te valia, já nada mais te saciava, já mais nada valorizavas. Valeu a pena ter amado demais? Valeu a pena todas as oportunidades oferecidas sob um céu de choro e envoltas na mais pesada maquinaria manipulativa? O amor é cego de facto, e nunca nos devemos arrepender de termos amado, apenas devemos nos  arrepender de não ter sido ainda mais. A verdade é que não sendo demais, o sofrimento martela este nobre sentimento, e chegando a tristeza o amor que existiu emana-se para nunca mais se querer materializar. Um erro querer viajar num mundo que nunca foi nosso, e que teimavas mostrar que nunca iria ser. Amar com pena, com vergonha, com solidariedade, com chantagem, com obrigação e com a noção de que já não se é mais quem foi... Não! Afinal de que serviu tanta oportunidade, tanta transformação e tanto trabalho árduo para levar o barco a bom porto? Deixar-nos navegar à deriva sem ambições comuns, sem sorrisos, sem vontade de se estar presente é deixar morrer um sentimento que por bons momentos da nossa vida nos uniu.
Nunca me arrependi de nenhuma opção que fiz na vida. E estou certa de que nunca me arrependerei de ter desistido, afinal já à muito tinhas desistido de mim. Viver sem força para admitir que não estou à altura é tão ou mais triste que dizer que não me amas. Matas-me a cada afirmação acusativa de toda uma falta de poder que eu nem sequer possuo é dar um tiro no amor que existiu. Esvaziaste inúmeros cartuxos durante anos, reconstitui-me e valorizei o que de melhor há em ti, e mesmo deixando de ser quem era não cheguei.
Enfim... Pequei, pecaste, pecámos!

2 comentários:

JCA disse...

a vida tem essas aventuras que são desventuras.

o amor de hoje, amanhã foi-se e por fim lá longe outro nasce.

dos erros aprende-se a, pelo menos, aquele erro não cometer.

a vida é para a frente, para trás fica o que aconteceu, bem ou mal feito está e muitas das vezes sem remendo possível.

esquece o pecado e sê sempre muito feliz

P Delgado disse...

Está visto que o amor de um, mesmo que ilimitado, não basta para fazer ou outro amar.
Se pecaste foi por quereres "levar o barco a bom porto", e, por assim dizer, embarcar nessa viagem de grandeza e da luxuria... Mas paraste a tempo. Tu não eras dessa viagem!
A tua viagem é mais modesta, mas alegra-te por ela, porque, de certeza, é muito mais feliz.
E, seguramente, estás perdoada porque paraste de pecar.