sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Parei para pensar. Vou tentar? Não. Espero outra vez. Vou dizer o quê? Qualquer coisa. Eu disse, e depois? Não aconteceu nada. Valeu a pena? Não. Não vou voltar a tentar. Quis dizer? Não sei se quis, mas sei que não disse. Valeria a pena ter dito? Acho que sim. Provavelmente tentaria na próxima tentativa. Não há tentativas porque não as há! Saber porquê? Eu sei, mas vale a pena dizer porquê? Já foram tantas as vezes. Calma. Não consigo, aquilo dói. Uma sensação de escuro, de distante, de fim... Queria voltar a trás. Fechou-se a porta, voltei-me para a abrir. Não abriu. Devia ter deixado aberta... Devia, mas não deixei. Segui por um caminho vazio, sem estrada; havia imensa gente a surgir. Que diziam? Não sei, não entendia. Gritei! Esperei sentada infinitamente. Passou não sei quanto tempo. Vi-me ali a pensar em tanta coisa que nem lembro mais. Apareceste-me. Quis falar. Não consegui. Queria pedir desculpa, não queria estar ali. Mas estava. Passaste-me a mão pelo cabelo, e senti a tua respiração. Soltou-se-me uma lágrima, e com ela voltou a minha voz. Não consegui. Não fui capaz. Não me fiz valer. Vou conseguir aqui? Eu sei que não devia, mas vim. Não grites, não faças igual. Eu quero diferente, ninguém me deu outra maneira. E eu aceitei. Não devia ter aceitado, não foi? Já-te encontrei. Ouviste-me mais de 20 calmos minutos. E tu sorriste-me. Entendeste. Não doeu. Sorri. Ofereceste-me o teu abraço e seguimos por outra porta. Deixei aberta. Caminhamos em diante. Olhei para trás, mas não avistei mais a porta. Quis chorar. Não consegui. Lentamente começamos a avistar um lago no sopé de uma montanha. Paramos lá, sorriste e foste embora. Não disseste nada. Porque te foste? De repente ficou silêncio. Olhei a lua. Por momentos fechei os olhos. Será que dormi? Não senti o tempo. Não me senti viver. A lua continuava lá. Suou uma voz no meu pensamento. Dizia que ia ser feliz. Caiu-me uma lágrima. Olhei em volta. Estava numa praia. Sentada numa rocha a contemplar o mar sem ondas. A lua estava lá. Vi-a surgir brilhante na água. Vi-te no desenho da lua. Gritei: "Volta". Mas não voltaste. Surgiu pingos de chuva do céu. No mar formava-se pequenas ondas. Logo de seguida a chuva parou. Fiquei a olhar a última onda no mar. Parecia não lembrar de mim. Olhei novamente a água e vi-me de olhos fechados com pessoas a chamarem por mim. Não me vi responder. Toquei na água e respondi: "Estou aqui". Desapareceu. Senti um alivio, aquela imagem tinha deixado-me cansada. Afinal eu estava ali, acordada. Levantei-me e fui pisar a areia. Segui a praia à beira mar... Andei, andei, andei. Construi ideias. Surgi-me no meu pensamento. Já sabia quem era. O que vivi, o que sorri, o que chorei. O que tinha tentado e o que tinha conseguido. Segui novamente o caminho, que aparentemente levava a lado nenhum. Segui. Finalmente entendi-me. Estava feliz. O sol teimava nascer. Ao primeiro raio de luz, vi-te lá bem longe. Corri. Abracei-te e chamaste pelo meu nome. Soube que estavas à minha espera. Estava aliviada, tinha-te de novo. Perguntei teu nome, sorri e abracei-te. Valeu a pena? Valeu, estou bem. Sinto-me melhor. Estava lá, não quiseram, eu vim. Não me conheciam, nem quiseram conhecer. Não queria apenas estar, queria ser e sentir. Quis voltar a olhar-te. Ainda estavas... Perguntei-te: "Sou eu?" Acenaste que sim. Ofereceste-me a mão, e quiseste que nos sentássemos na areia morna da praia. Passaram horas infinitas. A vida eclodiu. Suou o pôr-do-sol, abraçámos-nos e adormecemos juntos.

3 comentários:

ab disse...

foste tu que escreveste isso tudo? ou copias-te de algum sítio?
bj

ps: ainda estou confuso

TaViTa disse...

Eu.

P Delgado disse...

Sem duvida uma das coisas mais curiosas que já li... MT BOM! ;)