sábado, 12 de abril de 2008

Definir um sentimento... como?


Gostar, amar, odiar, ... Um mundo de sentimentos que podemos expressar de maneira explícita e implícita!
E como definir e exprimir algo que não é mensurável nem palpável? Muita gente ignora apenas a realidade, ignora a existência de sentimentos, outros fazem questão de oferecer a toda a gente algum sentimento, mesmo que de um sentimento cínico se trate, outra parte das pessoas, a meu ver poucas, é verdadeiro... Dizem e demonstram (pois demonstrar é a maneira de oferecer um sentimento a alguém) o que lhe vai na alma e não deixam que mágoa alguma invada um sentimento verdadeiro, e mesmo não sabendo demonstrá-lo da forma que um receptor alvo idealize, demonstra-o com a veracidade de pessoa que é. É nesta forma de ser que um sentimento é verdadeiro - ser especial e único para cada pessoa. Mesmo que de um sentimento menos nobre se trate, devemos ser críticos e expressivos nos sentimentos e nos receptores alvos dos sentimentos. E um mesmo sentimento pode ser exprimido para vários receptores alvo de maneiras diferentes, e a valer o mesmo... Por exemplo, "amar". Amar duas pessoas não tem que ser da mesma maneira, mas, ao mesmo tempo tem que haver um conjunto de requisitos mínimos para que a sociedade reconheça que de amor se trata, ou seja, tem que haver um universo de acções que têm que ser explícitas para o entendermos que somos amados. Posso amar duas pessoas de maneiras diferentes, mas às duas tenho que fazer um conjunto de acções semelhantes para o receptor saiba que é amado. O mesmo acontece com o desejo, o ódio, a paixão, ...
E de que maneira explicamos o porquê de um sentimento? Porque se gosta, porque se deseja, porque se odeia? O porquê de sentirmos um determinado sentimento está de certo modo relacionado com determinadas atitudes e relacionamentos para com o receptor alvo. E também aqui há subjectividade na resposta à questão, porque uma mesma atitude pode desencadear sentimentos diferentes. Por exemplo, odiar. Duas pessoas podem ter a mesma atitude, mas a maneira como nos relacionamos com elas vai de certo modo redefinir o sentimento que lhe iremos incutir.
Estas e outras questões deixa o mundo dos sentimentos deveras subjectivo... É um assunto pouco "cientilizado", eu diria mais que é um assunto "filosofado". Temos apenas que redefinir sentimentos e acções, e expressões também. Não é só dizer e afirmar... Sentimentos não se compram, não se assinam, não se dizem da boca para fora... Temos que delinear sentimentos semelhantes e exprimir, dar provas... Todos nós temos o direito de sentir um verdadeiro sentimento... Muitas vezes torna-se uma tarefa difícil... Impossível em casos extremos! Mas de situações impossíveis podemos tirar a mais proveitosa experiência de vida, basta só abrir o coração e ser verdadeiro. E lembrem-se, amar não é só grandes revelações amorosas; e odiar não é só desejar o maior mal, de forma explícita.

A meu ver = definir um sentimento = tem que ser algo a ser "revelado" de acordo com o que as pessoas são (tanto o receptor como o emissor do sentimento em questão). Sem quaisquer tipo de interveniências externas e sem querer agir da mesma maneira que os outros agem. Cada um é como cada qual! Ninguém é igual a ninguém, daí ninguém tem que ser tratado da mesma maneira. Todos nós merecemos um toque especial na definição de um sentimento próprio!

1 comentário:

Pedro Delgado disse...

Em relação ao "amar" julgo que se está a tornar mais numa palavra banal em vez de uma expressão de um sentimento nobre. Hoje todos dizem que "amam" por tudo e por nada, toda a gente quer dizer e tem pressa de dizer que "ama", toda a gente pensa que "ama", mas concordo que nem sempre se possa confiar na veracidade do sentimento por detrás dessa palavra... muita gente nem sabe o que é amar.
E quanto ao "amar muito" ou "amar pouco", penso que não se aplica. Simplesmente ama-se, e subentende-se logo um sentimento máximo, que não é fácil de abalar, eu diria impossível de abalar. Mas, infelizmente, hoje tão depressa se "ama" como "não se ama"...