quinta-feira, 14 de maio de 2009

A dupla face da decepção!

Ultimamente os meus hábitos têm passado muito pela leitura, mas não será sobre as mais recentes leituras que me vou debruçar. Um livro já lido à muito, notável pelos assuntos que aborda, e excelente pelo modo como é escrito tem-me ficado na memória sempre que abordo determinados assuntos da vida. "Não me contes o fim" de Rita Ferro, um romance que trata a intimidade feminina invocando o sexo, o casamento, a família, a maternidade e a liberdade. Neste livro destaco um pequeno tema abordado e que, volta e meia, me "remói" a cabeça: Decepção.

"É por recearmos decepcionar os outros que embarcamos, tantas vezes, no navio errado. Outra fatalidade: a de ceder, contra própria vontade, pela simples incapacidade de dizer não. Trata-se de uma fraqueza comum, para a qual não existe outro antídoto senão o exercício, repetido, da recusa sobretudo quando nos sabemos sem forças, com menos fé ou pouco interesse, numa proposta. Infelizmente, a nossa subalternidade aos outros é tamanha que preferimos fracassar a declinar um desafio, só para não parecermos cobardes."

Na vida para não nos decepcionármos, decepcionamos tantas outras pessoas, e muitas outras vezes o contrário, decepcionamos os outros para não nos decepcionarmos a nós! Devemos levar a vida nesta dupla face? Não seremos nós capaz de impor os nossos valores, ideias, pensamentos e acções? Avançamos e valemos do nosso sonho, decepcionando, se necessário, as ideias de outrem, ou por outro lado, sucumbimos ao que os outros nos impõem, fazendo nos sentir covardes e a afogar em decepção profunda?
Não queria alongar muito o assunto, toca-me um pouco de facto, mas não o posso passar despercebido. A autora está certa quanto ao exercício de dizer "Não". Se fossemos mais fortes e mais sinceros... Mas ser sincero compensa nos dias de hoje? Se são os cínicos e os falsos que vencem e perduram... Para quê? [...] Muito que me alongaria para poder explicar mais o que me vai na alma... Mas uma coisa quero e devo alertar: "Não encher sff!" É muito mau para a saúde, causa stress e por vezes problemas psicológicos e psíquicos, muitas das vezes irreversíveis. Isto para não falar na tristeza/infelicidade (temporária ou permanente). Enfim... Repensar muito antes de nos decepcionarmos é o melhor. Será melhor a nossa decepção para a satisfação dos outros? Ou o contrário? Ainda se nos valorizassem... e se não?

2 comentários:

Dina disse...

Não percebo sinceramente porque escreves sempre com tanta tristeza, desilusão... enfim...

Anónimo disse...

tavita apenas tens que ser tu... pensa nisto! quem apenas olha para o suposto não vê o evidente... continua a escrever lá do fundo. à é verdade, onde enfiaste o teu caderninho? tira de lá as tuas ideias...

;)